Rio Negro secou quase 2 metros em meio a estiagem severa no Amazonas
O governo do Amazonas alerta que o estado pode enfrentar uma seca ainda mais severa do que a de 2023
Manaus (AM) – Nas últimas duas semanas, o nível das águas do Rio Negro caiu 1,90 metros, segundo os dados mais recentes do Porto de Manaus. Nesta sexta-feira (16), o rio registrava 23,28 metros, refletindo uma estiagem que já começa a preocupar seriamente especialistas e autoridades.
O governo do Amazonas alerta que o estado pode enfrentar uma seca ainda mais severa do que a registrada no ano passado. Em 2023, o Rio Negro atingiu o nível mais baixo dos últimos 120 anos, causando impactos profundos em Manaus, como o fechamento de escolas na zona rural e a transformação drástica de pontos turísticos. Agora, com a situação se repetindo, o estado já decretou estado de emergência em 20 municípios.Envira é uma das cidades mais afetadas. A seca está provocando desabastecimento e uma alta nos preços de itens essenciais da cesta básica, complicando a vida dos moradores. Um relatório divulgado pelo governo estadual na sexta-feira revela que 111 mil pessoas já estão sofrendo diretamente com a estiagem no Amazonas.Desde novembro do ano passado, o nível do Rio Negro não registrava uma queda significativa. O rio havia mantido um lento processo de subida até 17 de junho deste ano, quando o nível estabilizou e começou a cair no dia 23 do mesmo mês. Desde então, o rio já recuou mais de três metros, com uma média de 11,8 centímetros por dia só em agosto. Comparado ao mesmo período do ano passado, o ritmo de descida aumentou em 54%.A crise não se restringe a Manaus. Em Itacoatiara, Tabatinga e Coari, os rios locais também estão apresentando quedas expressivas. O Rio Amazonas, em Itacoatiara, desceu 1,02 metros desde o dia 8 de agosto até sábado, 17. Em Tabatinga, o Rio Solimões marcava 0,06 centímetros no sábado, enquanto em Coari, o mesmo rio caiu dois metros em apenas oito dias.Com a estiagem se intensificando, as autoridades enfrentam um desafio urgente para mitigar os impactos dessa emergência ambiental e proteger as comunidades que dependem desses rios. A resposta a essa crise exigirá uma combinação de planejamento estratégico, apoio às comunidades afetadas e medidas para preservar o ecossistema amazônico em meio a uma das secas mais graves já registradas na região.