Coparticipação pode se tornar um problema no plano de saúde
A cobrança de coparticipação nos planos de saúde tem gerado impactos financeiros significativos para beneficiários que necessitam de tratamentos contínuos. Esse modelo, previsto contratualmente, exige que o usuário arque com uma parte dos custos dos procedimentos realizados. No entanto, quando os valores cobrados ultrapassam a capacidade de pagamento dos pacientes, o acesso a terapias essenciais pode ser comprometido, resultando na interrupção de tratamentos médicos fundamentais.
A definição do limite dessas cobranças tem sido alvo de questionamentos jurídicos, especialmente quando os custos mensais se tornam excessivos. Para o advogado da saúde Landial Moreira Júnior, fundador da Moreira Júnior Advocacia, a validade da coparticipação está condicionada ao equilíbrio financeiro para o beneficiário. “A cobrança de coparticipação, desde que prevista no contrato firmado entre o beneficiário e a operadora de saúde, é válida. O problema é quando esses valores se tornam extremamente elevados, de modo a inviabilizar a execução e continuidade do tratamento”, afirma.
Famílias com crianças que necessitam de terapias frequentes são algumas das mais impactadas por essas cobranças. “Tem famílias com crianças que são cobradas todos os meses em três, quatro, cinco mil reais, apenas de coparticipação incidentes sobre as terapias. A criança precisa fazer o tratamento e muitas vezes a família não consegue arcar com esses valores todos os meses”, explica Moreira Júnior.
Moreira Júnior relata casos de endividamento entre beneficiários, que buscam alternativas para garantir que os pacientes recebam os tratamentos necessários sem comprometer sua estabilidade financeira. “Vemos mães contraindo empréstimos pessoais para pagar essa conta. Tem famílias à beira da falência em razão das cobranças de coparticipação”, complementa o advogado.
Diante desse cenário, o papel do advogado especializado em direito da saúde se torna fundamental para assegurar que os direitos dos beneficiários sejam respeitados. Entre suas principais atuações, está a busca judicial e extrajudicial para contestar cobranças indevidas e garantir a continuidade dos tratamentos. O profissional também atua em casos de negativas de procedimentos, ações contra o Sistema Único de Saúde (SUS) por falta de medicamentos ou tratamentos, bem como na defesa de profissionais da saúde em questões contratuais e éticas.
O advogado Moreira Júnior explica que a contratação de um profissional especializado pode garantir que pacientes e famílias não sejam prejudicados por cobranças indevidas e obtenham acesso às terapias e procedimentos necessários. Além disso, profissionais da área possuem conhecimento técnico para assegurar a aplicação correta das normas e legislações do setor. Em casos de urgência médica, ações judiciais podem ser conduzidas com agilidade para garantir o atendimento imediato.
A discussão sobre os limites da coparticipação nos planos de saúde tem ganhado espaço em tribunais e entre entidades de defesa do consumidor. A judicialização desses casos tem sido uma saída para muitas famílias que buscam alternativas diante de cobranças consideradas excessivas. “Muitos beneficiários não sabem que podem questionar esses valores judicialmente. O direito à saúde deve ser garantido, e as cobranças abusivas precisam ser combatidas dentro da lei”, finaliza Moreira Júnior.
O aumento da coparticipação nos planos de saúde levanta questionamentos sobre o impacto financeiro para os beneficiários e a necessidade de maior transparência na relação entre operadoras e clientes. Especialistas defendem que é fundamental que os consumidores conheçam seus direitos e busquem suporte jurídico sempre que enfrentarem cobranças consideradas excessivas.