‘Chegava em casa com marcas e tinha medo da escola’, diz mãe sobre filho agredido por diretor
A suspeita surgiu após a criança frequentemente chegar em casa com marcas no corpo
Brasil – A mãe de um menino de 4 anos denunciou à 59ª DP (Duque de Caxias) nesta segunda-feira (10) que seu filho foi agredido pelo diretor do Jardim Escola Arco Íris do Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A suspeita surgiu após a criança frequentemente chegar em casa com marcas no corpo, chorando e afirmando que não queria ir à escola por medo.
A suspeita se confirmou quando um perfil anônimo enviou à mãe um vídeo no qual o diretor, identificado como Ananias Nogueira, conhecido como Tio Nandi, sacudia a criança contra uma parede da escola.
Ao assistir ao vídeo, a mãe sofreu uma crise de ansiedade e começou a gritar no local de trabalho. Horas depois, procurou a delegacia para denunciar o caso. Segundo ela, a escola frequentemente justificava os hematomas do filho dizendo que ele se machucava durante crises de birra.
Em abril de 2023, a escola entregou um relatório sugerindo que o menino fosse afastado das aulas até que estivesse “calmo e medicado”. Na época, no entanto, não havia qualquer indicação de que a criança necessitasse de tratamento. Meses depois, ele recebeu um diagnóstico de hiperatividade e iniciou acompanhamento terapêutico.
“Foi como se eles já tivessem um pré-diagnóstico do meu filho. Hoje ele faz terapia e é acompanhado por um neuro”, afirmou a mãe.
Nas imagens captadas pelas câmeras de segurança da escola, a criança aparece de frente para a parede enquanto uma professora a acolhe e conversa com ela. Em seguida, Ananias surge, agarra violentamente o braço do menino e o joga contra a parede. Depois, segura o corpo da criança e a sacode com força, antes de finalmente jogá-la no chão.
“Eu nunca imaginei que meu filho estaria no colégio passando por isso”, desabafou a mãe, em choque com as imagens.
Inicialmente, o diretor afirmou que só se pronunciaria posteriormente por questões de saúde. Mais tarde, por meio de seu advogado Ivan Perazoli, a escola divulgou uma nota repudiando as imagens e alegando que sempre zelou pelo bem-estar dos alunos. No comunicado, a instituição afirmou que Ananias Nogueira foi afastado e que está colaborando com o Conselho Tutelar e com as investigações.
“Somos uma escola rígida, atenta, de ambiente familiar e religioso, de forma que alegacões em sentido contrário nos ferem de forma severa. Há 27 anos educamos crianças e jovens em nossa cidade. Reiteramos nosso comprometimento em zelar pelo bem-estar e pela segurança de todos os nossos alunos”, diz um trecho da nota.
A polícia segue investigando o caso. A família da criança também procurou o Ministério Público para denunciar o caso e também questionar a tentativa anterior da escola de afastar o menino sem justificativa médica. O Conselho Tutelar também acompanha a ocorrência.