Briga Partidária: Natália Demes enfrenta oposição dentro de ala no PSOL
Disputa interna no PSOL de Manaus intensifica-se com acusações entre pré-candidatos à Prefeitura, envolvendo alegações de improbidade e violência política de gênero.
MANAUS – Desde o dia 18 de maio o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) definiu em conferência eleitoral, como pré-candidata do partido à Prefeitura da capital do Amazonas, a advogada e presidenta do Diretório Municipal do partido, Natália Demes.
Entretanto, a disputa interna no PSOL apresenta novos capítulos após denúncia formalizada no Conselho de Ética do PSOL contra a pré-candidata. A representação, assinada por 27 membros do partido, alega que Demes, sócia da empresa NND Comércio e Empreendimentos LTDA, que atua como construtora, teria emitido diversos cheques sem fundo para prestadores de serviços no municipio de Nova Olinda do Norte (distante 135 quilômetros de Manaus).
O documento, que vem causando repercussão dentro e fora do partido, é endossado por nomes, como Félix Valois Coelho, Marcelo Amil, Ricardo Bessa e o ex-vereador Luiz Carlos Marques. A denúncia será encaminhada ao Conselho de Ética , pelo professor Ricardo Bessa, aos deputados federais do PSOL, que agora devem investigar as alegações apresentadas.
Essa ala do PSOL, liderada por Marcelo Amil, baseia suas acusações em um processo de improbidade administrativa movido contra o ex-prefeitito de Nova Olinda do Norte, Joseias Lopes da Silva.
Entre as alegações, destacam-se questões envolvendo aluguéis, compras, cheques sem fundo e contratação de serviços de trabalhadores não remunerados. Para Amil, tais práticas empresariais são totalmente incompatíveis com os princípios éticos e ideológicos do PSOL. “As ações da empresa na qual Natália é sócia contradizem completamente os valores que defendemos no partido. Precisamos garantir que nossos candidatos estejam alinhados com nossos princípios”, declarou o advogado.
Em resposta para a reportagem do Portal Oráculo News, Natália Demes, negou qualquer ruptura no partido, afirmando que sua pré-candidatura foi escolhida por unanimidade, com 24 votos a zero. E desqualificou as acusações, alegando que o documento apresentado por Amil é infundado e reflete apenas o inconformismo de um filiado que não aceita a decisão partidária. Demes também classificou as ações do filiado como violência política de gênero e afirmou que sua candidatura demonstra que o PSOL não compactua com homens violentos, reafirmando o compromisso do partido com a justiça e igualdade de gênero.
Além de Demes, a dirigente estadual do PSOL, Mena Bianca, declarou que não há qualquer documento ou indicativo que comprove a ingerência ou gestão de Natália na empresa mencionada, invalidando assim as afirmações de Amil. “A candidatura de Natália Demes na disputa interna segue ativa. Não há provas de que ela tenha cometido qualquer irregularidade na administração da empresa”, afirmou Bianca.