VEJA VÍDEO: Caguei para a prisão, afirma Bolsonaro após denúncia da PGR
Bolsonaro ironiza risco de prisão, nega golpe e mantém foco em candidatura para 2026
BRASIL – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu com ironia à possibilidade de ser preso após o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) no Supremo Tribunal Federal (STF), que o acusa de liderar uma trama golpista em 2022. Durante o Primeiro Seminário de Comunicação do PL, realizado nesta quinta-feira (20) em Brasília, Bolsonaro afirmou: “O tempo todo [é] vamos prender o Bolsonaro. Caguei para a prisão”. Esta foi a primeira declaração pública do ex-presidente desde que a PGR apresentou a denúncia, que pode resultar em uma pena de até 50 anos de prisão.
Bolsonaro também negou qualquer envolvimento em um golpe de Estado, classificando os eventos de 8 de janeiro de 2023 como um “golpe da Disney”, em referência ao fato de ele estar em Orlando, nos Estados Unidos, durante os ataques às sedes dos Três Poderes. Ele ainda criticou a falta de liberdade de expressão no Brasil e reforçou seu discurso de vitimização política.
Estratégia política para 2026
Apesar das acusações e da possibilidade de prisão, Bolsonaro mantém o foco em sua candidatura à Presidência da República em 2026. Como revelado pela Folha de S.Paulo, o ex-presidente planeja pressionar o governo por meio de movimentos de rua e apoio de aliados internacionais. A estratégia visa preservar seu capital político enquanto aguarda o julgamento no STF, que pode ocorrer ainda este ano. Ministros da Corte têm se articulado para acelerar o processo, a fim de evitar que o caso influencie as próximas eleições presidenciais.
Bolsonaro também busca evitar passar o bastão para outro nome da direita precocemente, o que poderia enfraquecer sua influência no campo político e reduzir suas chances de reverter uma eventual prisão ou inelegibilidade, que se estende até 2030.
Denúncia da PGR e depoimentos de Mauro Cid
A denúncia da PGR, apresentada na terça-feira (18), acusa Bolsonaro e outras 33 pessoas de crimes como tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e participação em organização criminosa. O ex-presidente é apontado como líder da trama que culminou nos ataques de 8 de janeiro. O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou, na quarta-feira (19), a quebra do sigilo dos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fez uma delação premiada com a Polícia Federal. Os relatos de Cid detalham as acusações contra o ex-presidente, incluindo supostas articulações para uma intervenção militar.
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