Entenda crise política na Coreia do Sul, após tentativa de Golpe de Estado
Após decretar lei marcial e recuar, Yoon Suk-yeol enfrenta moção de impeachment e desfalques no governo
MUNDO – A turbulência política na Coreia do Sul ganhou novos contornos na noite de terça-feira (03), após parlamentares de oposição apresentarem formalmente uma moção de impeachment contra o presidente Yoon Suk-yeol. A medida é uma resposta direta à tentativa de Yoon de impor uma lei marcial no país, ação que provocou forte rejeição popular e repercussões graves no governo.
A proposta será votada nos próximos dias no Parlamento sul-coreano, que possui 300 membros. Para ser aprovada, são necessários 200 votos favoráveis. Caso avance, o processo seguirá para o Tribunal Constitucional, composto por nove integrantes. Para destituir Yoon do cargo, o tribunal precisa de pelo menos seis votos. A crise não apenas abalou a presidência de Yoon, mas também resultou em uma série de renúncias no alto escalão do governo. Entre os pedidos de demissão já apresentados estão:
- Kim Yong-hyun, ministro da Defesa, que era alvo de pedidos de impeachment;
- O chefe de gabinete presidencial;
- O conselheiro de segurança nacional;
- O diretor de política nacional.
O presidente Yoon ainda precisa aceitar formalmente essas renúncias, mas o gesto reflete a crescente fragilidade de seu governo.
A tentativa de Yoon de instaurar uma lei marcial foi amplamente vista como um ataque à democracia sul-coreana. A forte reação pública, somada ao repúdio no Legislativo, enfraqueceu a posição do presidente. O desfecho da moção de impeachment será um momento crucial para definir o futuro político da Coreia do Sul.
Com uma oposição fortalecida e crescente instabilidade interna, Yoon enfrenta uma batalha política sem precedentes. A eventual destituição do presidente pode redesenhar o cenário político do país, enquanto especialistas apontam que a crise já trouxe lições sobre os limites do poder presidencial em uma democracia consolidada como a sul-coreana