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Criação de gado é a maior causa de desmatamento na Amazônia, diz MapBiomas

A área agrícola na Amazônia cresceu 47 vezes entre 1985 e 2023, passando de 154 mil hectares para 7,3 milhões de hectares

Amazonas – Em 39 anos, a principal causa do desmatamento na Amazônia foi a criação de pastagens, conforme indicado como imagens de satélites comprovadas pelo MapBiomas.

Nos anos de 1985 a 2023, a área de pastagem aumentou mais de 363%, passando de 12,7 milhões de hectares para 59 milhões de hectares, o que corresponde a uma expansão de 46,3 milhões de hectares. Como resultado, em 2023, 14% da Amazônia já estavam ocupados por pastos, informou o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Na região conhecida como Amacro, que abrange partes do Acre, Amazonas e Rondônia, uma área de pastagem cresceu 11 vezes, quase equivalente a 7 milhões de hectares de vegetação nativa perdida entre 1985 e 2023. Essa região foi responsável por 13% da perda líquida de cidade n

Mais de 90% das áreas desmatadas na Amazônia tiveram como primeiro uso a pastagem. Embora o desmatamento direto para a agricultura tenha atingido seu ápice em 2004, com 147 mil hectares, ele contribuiu significativamente nos anos seguintes d

Durante o período analisado, 77% das áreas desmatadas foram convertidas em pastagem e mantiveram esse uso até 2020. No entanto, 12% dessas áreas foram regeneradas e retornaram ao ser vegetação nativa. Cerca de 8% passaram a ser usados ​​para agricultura, e apenas 2% continuaram sendo usados ​​agrícolas até 2020.

A área agrícola na Amazônia cresceu 47 vezes entre 1985 e 2023, passando de 154 mil hectares para 7,3 milhões de hectares, sendo 97% destinada a lavouras temporárias, com a soja dominando 80,5% dessa á0rea.

De acordo com os analistas, a quantidade de vegetação nativa removida nos últimos 39 anos é alarmante e a continuidade dessa perda pode levar a região ao chamado “ponto de não retorno”, ou tipping point. “Nesse estágio, o bioma amazônico perderia sua capacidade de manter funções ecológicas essenciais e de se recuperar de distúrbios como queimadas e exploração madeireira, resultando em uma degradação irreversível da floresta”, alerta Jailson Soares, pesquisador do Imazon e da equipe Amazônia do MapBiomas.

Os estados com maior cobertura de vegetação nativa são Amazonas e Amapá, com 95% cada, e Roraima, com 93%. 

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Registro de queimadas em setembro é 30% maior que a média do mês

Dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), já colocam 2024 como um dos anos com maior quantidade de focos de queimada na última década. Setembro já contabilizou mais de 80 mil focos, cerca de 30% acima da média histórica, registrada desde 1998 pelo Inpe. Mesmo que a quantidade de focos não extrapole as médias históricas nos últimos três meses do ano, 2024 terá o maior número de focos desde 2010, quando o Brasil teve 319.383 registros.

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