
Consórcio de imóveis cresce quase 300% em 6 anos, diz ABAC
Nos últimos 20 anos, desde 2005, foram contemplados aproximadamente 1,55 milhão de consorciados, que puderam adquirir seus imóveis com finalidades de moradia, negócios ou investimentos. Até agosto deste ano, o consórcio de imóveis contava com 2,50 milhões de participantes ativos, sendo que nesse montante somamos os consorciados contemplados e outros que ainda aguardam a contemplação.
Entre os principais objetivos estão, além da casa própria, variedades como as residências de veraneio, em praia ou no campo, aquisição de terrenos, construção e em plantas, reformas, sítios, chácaras, fazendas, entre tantos. Incluam-se ainda os comerciais, que compreendem escritórios, consultórios, instalações para lojas, indústrias, galpões etc. Recente pesquisa realizada pela assessoria econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) junto às administradoras associadas que atuam nesse setor, considerando o período de janeiro a agosto, observou-se crescimento do interesse e do avanço das adesões ao mecanismo.
O consórcio de imóveis é um dos setores do sistema de consórcios que vem registrando maior crescimento nas últimas décadas. Criado há 35 anos, quando da publicação da Portaria 028/1990 da Receita Federal, em março de 1990, e editada por aquele órgão que, à época, regulamentava o mecanismo.
Desde o início, face às suas características, despertou o interesse dos que sonhavam com a casa própria. Ao longo do tempo, foi ampliando sua participação e passou a interessar também a investidores que, focando no patrimônio como fonte de lucratividade, gradativamente foram aderindo aos grupos em andamento ou em formação.
Após a pandemia, o sistema de consórcios tornou-se instrumento de aquisição de bens e serviços. O mecanismo registrou crescente desempenho e conquistou bons resultados em vários segmentos, principalmente no de imóveis. Ao entender haver possibilidade de, com gerenciamento das finanças pessoais, alcançar a realização da casa própria, o brasileiro, que ampliou seus conhecimentos sobre a essência da educação financeira, passou a pesquisar, consultar, comparar e decidir pelo consórcio como alternativa.
Vendas de cotas aumentam quase 300%
Com taxa de administração média de 0,073% ao mês, em grupos de prazo médio de 207 meses, a modalidade cresceu e anotou evolução de 294,1% nas adesões relativas aos períodos acumulados de janeiro a agosto em seis anos.
Na somatória dos oito meses, as vendas subiram de 206,92 mil cotas, em 2020, para 815,06 mil, neste ano, comprovando a intensa procura pelo consórcio em planejamentos a médio e longo prazos para conquistas pessoais ou familiares e para formação ou ampliação de patrimônios.
Os resultados do levantamento mostraram ainda que as escolhas foram de 49,9% para morar nas capitais; 44,7% para o interior; e 5,4% para o litoral.
Até agosto, o consórcio de imóveis reunia, entre seus participantes, ativos 69,0% de pessoas físicas e 31,0% de jurídicas. Nas físicas, a parcela, com 36,0%, foi daqueles que estão na primeira faixa etária, dos 18 a 30 anos. Em seguida, com 32,5%, estiveram os acima de 45 anos e, por último, com 31,5%, os de 31 a 45 anos.
Manutenção do poder de compra, um diferencial
Uma das principais peculiaridades do sistema de consórcios, em especial no de imóveis, que fortemente estimula a adesão dos interessados, está na preservação do poder de compra. Por isso, periodicamente, os créditos estabelecidos nos contratos são reajustados e atualizados.
Os vários índices utilizados são: o INCC, com 70,0%, seguido pelo IPCA, com 10,0%, e os IPC, INPC, Taxa Fixa e 50% da Taxa Selic, com 5% cada.
Em seis anos, número de consorciados cresce 152,9%
Em análise inicial, levando em conta somente os meses de agosto de 2020 a 2025, notou-se uma performance de aumento constante dos participantes ativos no consórcio de imóveis. Enquanto, em 2020, havia 988,55 mil, no ano seguinte, o total ultrapassava a marca do milhão e subia para 1,19 milhão. Um ano depois, em 2022, atingiu 1,33 milhão, rapidamente ultrapassados em 2023, quando chegou a 1,59 milhão de consorciados. Em 2024, somou 1,97 milhão, 26,9% inferior aos 2,50 milhões deste ano. O crescimento de 152,9% no período reafirmou a confiança, a credibilidade e a importância do mecanismo para a gestão das finanças, bem como a formação e ampliação patrimonial.
Os participantes se compõem, na maior parte, por homens, 81,3%, enquanto 18,7% são mulheres. No estado civil, os casados somaram 44,5%, ao passo que os solteiros reuniram 38,7%, totalizando 83,2%. Os demais 16,8% ficaram divididos em 6,6% em separados, 1,6% em viúvos e 8,6% em outros.
Total de contemplados avança
De 2020 para 2025, os acumulados de contemplações, momento no qual os consorciados tiveram a oportunidade de concretizar os objetivos, apresentaram avanços contínuos, no período de janeiro a agosto. Ainda, no período, compreendido entre janeiro de 2020 a agosto de 2025, houve quase 570 mil contemplados.
Na hora da escolha do tipo de imóvel para comprar, os mais adquiridos foram os residenciais urbanos, com 43,1%. Em segundo lugar, com 10,4%, ficaram as construções e/ou reformas, seguidas dos investimentos em terrenos, com 9,4%. Paralelamente, houve quem preferisse utilizar os créditos em construção e/ou na planta, com 3,2%, enquanto 1,4% focou em casas de veraneio, na praia ou no campo.
Ao diversificar, 0,6% dos consorciados optou por destinar os créditos concedidos, por ocasião das contemplações, a imóveis para os filhos, ao mesmo tempo que outros, 2,6%, decidiram pelo imóvel como investimento. Houve ainda 27,6% que escolheram outros tipos de bens imóveis, ao lado do 1,7% que focou nos comerciais.
“A maioria dos consorciados tem priorizado o imóvel residencial, realizando o principal sonho do brasileiro, enquanto outros investem visando renda futura”, diz Rossi, “por exemplo, obter renda mensal extra. Há também os que, pensando nos filhos, já estão aderindo com o objetivo de lhes garantir um bom futuro”.
Completam esse universo aqueles que, ao objetivarem qualidade de vida, planejaram casas de veraneio na praia ou em locais interioranos. Segundo ainda o presidente-executivo da ABAC, “para os investidores, a procura tem tido como um dos principais propósitos a melhora de sua renda mensal por meio de aluguéis”.