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Chocolate no inverno aquece mercado e indústria química

Um dos destaques do inverno, com temperaturas mais frias, é o aumento no consumo de chocolate. Pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (ABICAB), divulgada pelo site da rádio Banda B, revela que o inverno responde por quase um terço da produção anual de chocolates. Dados da ABICAB, publicados na Folha do ABC, também indicam que o ano de 2024 fechou com uma produção de 806 mil toneladas de chocolate. Em entrevista ao Valor Investe, a associação aponta que, além dos ovos de chocolate, a indústria tem disponibilizado produtos complementares, com cerca de 800 opções — um aumento de 25% em relação ao ano anterior.

Em parceria com a Mondelez, a consultoria NielsenIQ revelou que o chocolate representa 25% da cesta de snacks, que inclui biscoitos, chocolates em barra e tabletes, cereais em barra, creme de chocolate, drops, pastilhas e caramelos, gomas de mascar, leite saborizado, leite fermentado, petit suisse, pipoca doce, salgadinhos, sobremesas lácteas e sorvetes. Segundo o mais recente relatório da Nasdaq, a Organização Internacional do Cacau (ICCO) estimou que a produção global de cacau aumentará 7,8% neste ano, atingindo 4,84 milhões de toneladas na safra 2024/25.

Informações da indústria californiana Santa Bárbara mostram que, antes de chegar aos consumidores, a produção de chocolate começa com a fermentação das amêndoas de cacau e passa por várias etapas. Entre elas, está o processo de alcalinização — que envolve o uso de agentes como carbonato de potássio (K₂CO₃) ou potassa cáustica (KOH), dependendo do método e da finalidade industrial. Os efeitos incluem redução da acidez, cor mais escura, sabor suavizado e maior solubilidade do cacau em bebidas ou receitas.

De acordo com João César de Freitas, diretor comercial da Katrium Indústrias Químicas (RJ), a potassa cáustica é um dos sais alcalinos mais utilizados na indústria nacional do chocolate para atingir o pH ideal. Segundo ele, controlar o tempo e a temperatura na alcalinização das amêndoas de cacau permite obter uma ampla gama de sabores e tonalidades. “As instalações de produção de potassa cáustica usam tecnologia de ponta e garantem um fornecimento confiável e sustentável para os mercados local e global”.

Freitas destaca ainda a versatilidade da KOH. “Além da indústria do chocolate — com picos de consumo na Páscoa, no inverno e no Natal —, a potassa cáustica é essencial para a indústria alimentícia em geral”. Segundo ele, além de estabilizante, espessante e regulador de pH no chocolate, o produto também está presente na produção de refrigerantes, sorvetes, café solúvel e suco de laranja concentrado. “Até mesmo as azeitonas pretas ficam menos amargas graças à KOH, que ajuda a neutralizar sabores indesejados”.