Marcelo Ramos detona Lucas di Grassi: ‘Não culpe a ZFM pela tua burrice empresarial’
Lucas di Grassi voltou a polemizar nas redes sociais ao atacar o modelo da Zona Franca de Manaus, classificando-a como “o câncer industrial do País”
Manaus (AM) – O piloto de Fórmula E e empresário Lucas di Grassi voltou a polemizar nas redes sociais ao atacar o modelo da Zona Franca de Manaus (ZFM), classificando-a como “o câncer industrial do País” e pedindo o fim do sistema “ASAP” (sigla em inglês para “o mais rápido possível”).
O ex-deputado federal Marcelo Ramos (PT-AM) respondeu duramente à publicação do piloto, expondo o que considera uma tentativa de culpar a Zona Franca pelo fracasso de um empreendimento mal planejado. “Não transfira para a ZFM a responsabilidade pela tua burrice de querer produzir em São Paulo 600 bicicletas elétricas para concorrer com a China, que produz 135 mil por dia e mais 50 milhões por ano”, escreveu Ramos. “Você como empreendedor é um excelente playboy que ninguém lembra como piloto”, completou, em tom sarcástico.

ZFM bode expiatório
A crítica de Lucas di Grassi à ZFM vem de longa data, mas carece de fundamento técnico e ignora o papel estratégico do modelo para a economia da região amazônica. Criada em 1967, a Zona Franca de Manaus é responsável por manter milhões de empregos diretos e indiretos, além de contribuir com a preservação da floresta por meio do estímulo à economia urbana em uma região de difícil acesso e infraestrutura.
Especialistas em desenvolvimento regional apontam que culpar o modelo amazônico por problemas industriais no Sudeste revela mais sobre as fragilidades do setor privado local do que sobre qualquer falha da ZFM. No caso de di Grassi, a crítica parece tentar justificar o fracasso de sua própria fábrica de bicicletas elétricas, sediada em São José dos Campos (SP), que encerrou as atividades antes mesmo de atingir escala mínima de produção.
A fala de di Grassi revela também um tom recorrente em discursos tecnocráticos de parte da elite do Sudeste, que enxerga a Zona Franca como um “peso fiscal”, desconsiderando sua importância regional e ambiental.