VÍDEO: ‘Tão armando pra mim’, diz Madrasta é presa por prostituir enteadas em Manaus
As duas meninas foram criadas pela mulher e pelo pai após a morte da mãe, há pouco mais de 13 anos
Manaus (AM) – Uma mulher de 40 anos, que não teve o nome divulgado, foi presa sob acusação de aliciar e explorar sexualmente as próprias enteadas, de 14 e 16 anos, no município de Borba e em Manaus. As adolescentes, que foram submetidas a anos de abusos, engravidaram de homens que as violentaram. A jovem de 16 anos acabou de dar à luz, enquanto a de 14 anos está no terceiro mês de gestação. Segundo a delegada Juliana Tuma, responsável pelo caso, as vítimas foram forçadas a manter relações sexuais com tantos homens que não sabem identificar os pais dos bebês.
“Durante a busca e apreensão na casa da investigada, encontramos telefones e material de mídia que confirmaram a exploração. Identificamos que a irmã da primeira vítima, também enteada da mulher, estava dando à luz em uma maternidade aqui na cidade. Nas palavras dela, eram vendidas para qualquer um e não sabem quem são os pais das crianças”, relatou a delegada.
As duas meninas foram criadas pela mulher e pelo pai após a morte da mãe, há pouco mais de 13 anos. A família se mudou para Manaus, onde a madrasta começou a explorá-las sexualmente quando elas tinham entre 10 e 11 anos. A primeira vítima, hoje com 14 anos, teve a virgindade vendida pela madrasta, que cobrava valores a partir de R$30 por programa sexual.
As adolescentes eram obrigadas a manter relações sexuais com homens escolhidos pela madrasta e, quando se recusavam, eram agredidas e torturadas. O crime só veio à tona quando a vítima mais nova conseguiu fugir de casa e relatou os abus a outros familiares, que acionaram a polícia.
“O depoimento especial foi muito impactante. A menina contou que, quando se recusava a participar dos programas sexuais, apanhava muito. Ela era obrigada a ter relações com diversos homens da região da Panair”, disse a delegada.
A tia das vítimas, que denunciou o caso, chegou a receber ameaças da madrasta, o que acelerou o pedido de prisão. A mulher nega as acusações, mas os relatos das adolescentes e o material encontrado em seu celular confirmam a exploração sexual. As meninas foram retiradas da casa do pai e estão recebendo apoio médico e psicológico.
“O seio familiar, mesmo com dificuldades econômicas, conseguiu acolher uma das vítimas. A outra, que acabou de dar à luz, foi acolhida por um casal de idosos. Ela está extremamente traumatizada e temerosa de tudo que pode acontecer com ela”, afirmou Juliana Tuma.
A polícia agora investiga os homens que frequentavam a casa da madrasta para “contratar” os programas sexuais. Eles também responderão criminalmente por estupro de vulnerável. O caso chocou a região e reforça a necessidade de ações efetivas para combater a exploração sexual de menores.