Motorista de aplicativo é sequestrado e torturado por facção em Manaus
Os sequestradores usaram um alicate para cortar os dedos dos pés da vítima
Manaus – Um motorista de aplicativo identificado como Janivaldo Caetano dos Santos, conhecido como “Jandinho”, foi resgatado pela polícia na manhã desta segunda-feira (9), no bairro São José, zona leste de Manaus. Ele havia sido sequestrado e mantido em cativeiro por membros de uma facção criminosa que o confundiram com um traficante rival. Durante a ação, Alexandre Moisés Monteiro de Souza, apontado como líder do grupo, foi preso.
Segundo relato da vítima, ele foi chamado para realizar uma corrida por volta das 6h, mas ao chegar ao local, foi surpreendido por criminosos que o sequestraram e o levaram para uma casa no Beco Cosme Ferreira, próximo ao Terminal 5. No cativeiro, Jandinho foi amarrado, amordaçado e torturado.
Os sequestradores usaram um alicate para cortar os dedos dos pés da vítima, na tentativa de forçá-lo a revelar o paradeiro de uma suposta carga de drogas que teria sido roubada. O homem estava prestes a ser assassinado e esquartejado quando a polícia chegou ao local, após uma denúncia anônima.
Policiais militares da Rocam foram acionados e encontraram Alexandre no cativeiro, além de Janivaldo, que estava em estado de choque e ferido. Na casa, os agentes também apreenderam uma mochila contendo três tabletes de drogas. Durante o resgate, outros integrantes do grupo criminoso fugiram.
“A Rocam recebeu informações sobre a quadrilha. Eles estavam em quatro, e conseguimos prender o líder do grupo no local”, explicou o comandante da PM, Ari Arnold.
Embora Janivaldo tenha negado envolvimento com drogas, ele já possui passagens por tráfico e associação criminosa. Segundo o comandante, a vítima apresentou versões conflitantes sobre o motivo de estar na área. Ele alegou inicialmente que havia sido chamado por um cliente chamado “Frankimar”, mas depois afirmou que foi ao local para levar uma pessoa.
“Ele alega que as drogas encontradas na casa foram deixadas por um motociclista durante o período em que estava preso no cativeiro. Essa versão será investigada”, disse o comandante.
Alexandre, o líder da facção preso no local, também tem uma extensa ficha criminal e havia saído da cadeia recentemente, em 13 de novembro. Ele negou as acusações de sequestro e tortura, mas será investigado junto com a vítima, que também foi levada algemada para a delegacia devido à suspeita de envolvimento com atividades ilícitas.