Lula discursa na abertura geral da ONU
Lula destacou em seu discurso, problemas relacionados ao meio ambiente e guerras.
MUNDO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou nesta terça-feira (24) na 79ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, criticando a falta de coordenação global para resolver crises e defendendo mudanças estruturais nas organizações internacionais. Lula destacou a necessidade de reformar o Conselho de Segurança da ONU, buscando maior representatividade para países emergentes, e reforçou o apelo por medidas eficazes contra a crise climática.
Ao mencionar o Pacto para o Futuro, um documento para fortalecer a cooperação internacional, Lula lamentou que ele reflete o enfraquecimento da capacidade de diálogo global. Ele criticou a ausência de seis países, incluindo Rússia e Argentina, na adesão ao pacto, o que minou seu alcance, especialmente em temas como desenvolvimento sustentável e segurança internacional.
Lula também condenou os conflitos armados em curso, como a guerra entre Rússia e Ucrânia e a escalada de violência entre Israel e Palestina, afirmando que o aumento dos gastos militares agrava a fome e impede o combate à mudança climática. Ele propôs a retomada do diálogo direto para resolver o conflito na Ucrânia e criticou o direito de vingança observado no Oriente Médio.
Em relação ao meio ambiente, o presidente brasileiro alertou para o avanço acelerado das mudanças climáticas e cobrou ação imediata. Ele mencionou a crise na Amazônia e os incêndios florestais, ressaltando que o Brasil reduziu o desmatamento em 50% no último ano e se compromete a erradicar o desmatamento até 2030.
Lula defendeu uma governança mais inclusiva da inteligência artificial e destacou a importância de democratizar o acesso a essa tecnologia, com foco em proteger direitos humanos e a diversidade cultural. Ele também abordou a crise econômica global, criticando as condições de acesso a crédito para países pobres e acusando um “Plano Marshall às avessas”, em que os mais pobres financiam os mais ricos.
O presidente finalizou seu discurso pedindo reformas profundas na ONU, especialmente no Conselho de Segurança, para que a organização possa responder aos desafios do século XXI. Lula reforçou a necessidade de mais representatividade para a América Latina e África e cobrou uma ONU revitalizada, capaz de promover a paz e o desenvolvimento sustentável de forma mais equitativa.